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quarta-feira, 19 de março de 2014

Joaninha - A Rainha do Bambuzal

Joaninha - A Rainha do Bambuzal

INSECTA
              COLEOPTERA
                                     COCCINELLIDAE
Sinonímia: Ladybug; Lady Beetles; Lady Bug; Ladybirds


Esta é uma das minhas melhores fotos de uma Joaninha se alimentando de afídeos 
  
                       Há cerca de 4.500 espécies deste grupo, distribuídas por 350 gêneros.
As Joaninhas, também conhecidas por Ladybug dentre outros nomes é um dos insetos mais conhecidos e admirados pelas crianças pelo seu colorido intenso, sua passividade e beleza.

Uma das suas características mais expressivas é a sua coloração e brilho. A mais conhecida aqui pelo sul do Brasil é a vermelha com bolinhas pretas e verdes com bolinhas amarelas. Existem centenas de variantes estudadas e pesquisadas em todo o mundo. Alguns importantes centros de pesquisas entomológicas dos EUA as catalogaram em dezenas de espécies, que variam de coloração numa gama de cores que se difundem em tons variados de preto, amarronzadas, vermelhas, verdes e outras.
 

Algumas espécies são denominadas pelo número de pontos que apresentam, como por exemplo: A Coccinella septempunctata, a qual apresenta 7 pontos pretos, sendo um no escutelo e três em cada élitro(parte dorsal aparente), outras apresentam apenas 2 pontos(C.bipunctata), 14 pontos (C.quatordecimpunctata) e outras ainda, em algumas vezes, têm os pontos unidos como sendo listras.








As Joaninhas são preponderantemente predadores de ácaros(piolhos) e por esta razão são tão bem-vindas nos jardins, na agricultura e nas culturas em geral.
Na cultura dos Bambus tenho encontrado diversas espécies de Joaninhas sempre em atividade de "limpeza"nas folhas, fazendo seu repasto continuamente na parte dorsal das folhas, nas inserções, nas bainhas e colmos. Cada uma destas espécies tem especificidade por tipos diferentes de ácaros. Ainda não consegui definir "quais Joaninhas preferem quais ácaros", mas consegui obter fotos de tipos diferentes se alimentando de ácaros diferentes. Vamos deixar esta especificidade para os entomologistas estudarem.





Em algumas oportunidades tenho ouvido comentários sobre algumas espécies que poderiam se alimentar de folhas de plantas, mas em nenhuma das espécies de Joaninhas que frequentam o Bambuplatz Garten tenho observado tais características. Sempre foram flagradas predando ácaros e outros parasitas similares quando em atividades nos bambus.






Por serem  insetos de pequeno porte acabam sendo também prejudicados na aplicação de venenos e agrotóxicos, utilizados tanto nos jardins quanto na agricultura em geral. Ao aplicar venenos em plantas temos que ter em mente que vamos atuar sobre todos os insetos da planta e os venenos não vão escolher  quais insetos eles irão atingir.
Uma maneira de aplicar venenos em ácaros nas plantas, sem agredir as Joaninhas e outros insetos alados é utilizar a prática de sacudir a planta para "espantar" alguns deles e, somente depois fazer a pulverização.

É bom lembrar que os aracnídeos, os quais também são coadjuvantes do processo de "reciclagem"de alguns insetos alados, que são predadores das folhas das plantas, comumente não saem da planta com sacudidelas, e estas aranhas também serão atingidas pelas pulverizações de venenos.

As larvas das Joaninhas têm um formato completamente diferente de sua forma adulta como uma série de outros insetos. Porém, neste caso podem ser confundidas com outro inseto e, desta forma, podem ser eliminadas em alguma pulverização ou aplicações de agrotóxicos. Abaixo estão fotos de dois estágios que elas são encontradas, antes de tomar a sua forma característica.

Ciclo de vida
Elas apresentam os mesmos estágios de desenvolvimento que os demais cascudos e as suas larvas são mais ativas que muitas outras espécies de cascudos. Se reproduzem sazonalmente, por reprodução sexual e são ovíparos. Põem centenas de ovos próximo as colônias de ácaros para sustentar a larva durante seu desenvolvimento de forma que ela não dispenda energia para se desenvolver. Elas vivem a fase adulta durante o inverno e põem seus ovos na primavera/verão seguinte. São muito vorazes  e estão permanentemente no repasto, crescem muito rápidamente, emergem como adultos no final do verão e seu ciclo de vida é de aproximadamente 2 anos. Sua alimentação pode ser entre 25 a 60 ácaros por dia, segundo algumas literaturas.













 Larvas em desenvolvimento também se alimentam de ácaros como os adultos. Larva na forma alongada e pupa na forma arredondada.


Em pesquisas feitas em outros países, algumas espécies exóticas de Joaninhas foram introduzidas no sentido de serem utilizadas no controle biológico para o combate de ácaros agressivos às plantações. Algumas espécies exóticas se disseminaram de tal forma que chegaram a se tornar inconvenientes, tomando muitos locais como abrigo dentro de cidades e residências. Isto ocorreu porque elas acabaram superando as espécies  de Joaninhas nativas que tinham predadores específicos, os quais mantinham este equilíbrio ecológico. Como as novas espécies trazidas não tinham predadores, sua proliferação acabou fugindo ao controle.
Seus predadores podem ser outras Joaninhas, algumas vespas ou raramente pássaros.

Joaninha sobre um colmo sêco de Phyllostachys aurea




Vista ventral de uma Joaninha(Se fazendo de morta!!!!)


 
              Joaninha em atividade sobre uma colônia de um mealybug chamado Antonina pretiosa

Muitas vezes obtenho fotos de diversas espécies de Joaninhas fazendo  suas refeições em muitas espécies diferentes de ácaros. No caso das duas fotos acima: em um colmo de Phyllostachys nigra henonis e em um Phyllostachys bambusoides, se alimentam de uma colonia de mealybugs que costuma afetar estas espécies de bambu. Trata-se do Antonina pretiosa que é uma das pragas mais perniciosas para estas espécies de bambu entre outros. A Joaninha é um forte aliado nesta hora.




                                                    Ladybug em um Phyllostachys aurea


Como experiência, em minha coleção de bambus e dentro do meu jardim, onde existem outras espécies de plantas além do bambu, tenho tido o cuidado de preservá-las evitando pulverizar produtos que possam me trazer benefícios por um lado, mas que viriam a prejudicar as minhas Joaninhas.
É bom salientar que dentre os raros parasitas que podem "dizimar" um bambuzal estão destacadamente, em primeiríssimo lugar, "os ácaros".

Para finalizar adiciono uma foto de um inseto muito comum no meu bambuzal, o qual parece ser uma Joaninha em comparação com algumas literaturas na internet.
Deixo um ponto de interrogação para que os que me lêem possam me ajudar a identificá-lo.